NORDESTE DAS MUITAS COISAS
A riqueza no nordeste é muito bem variada,
Granito, gesso e petróleo e muita gente formada,
Tem sítios da pré-história e praias de águas mornas,
Tem charqueada, cabrito e assados de cordonas.
Existe um sol inflamado numa incandescente aurora,
Acordando a passarada pelas campinas afora,
E se estamos nas praias do nordeste abençoado,
Vemos o astro rei, que ali surge, como um disco iluminado.
À tardinha nos sertões, nas paragens dos serrados,
As nuvens ficam brilhantes com um tom avermelhado,
Parecendo um grande incêndio no auge do fogaréu,
É o sol que se esconde trazendo a noite ao céu.
Logo cedo, muito cedo, ouvimos o som de um trinar,
São da natureza a melodia que os pássaros vão cantar,
E é mesmo um conto de fadas ouvir toda passarada,
Anunciando com gorgeios a manhã ensolorada.
O sol beija de mansinho a relva toda molhada,
Nas planícies e serrados por onde passa a manada,
De bois, cabritos e carneiros, ao som do aboio pungente,
Do vaqueiro aguerrido homem sincero e valente.
Nordeste de santos e reisados, de caboclas e caboclinhos,
De cheiro de mato verde quando chove em peneirinhos,
Nordeste de terra ardente, também de caatingas galhadas,
De folhas verdes viçosas que se molham em madrugadas.
És nordeste das muitas coisas, nordeste de nordestinos,
Que vivem à sombra do nada, de desmandos e desatinos
De político mal preparado, que some depois de eleito,
Mas, terra de homem bom, terra de homem direito.
João Coutinho de Amorim
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