UM TEMPO ASSIM...

Há um tempo de mim,
sob mim,
sobre mim...

Indesejada sorte, um amor roubado,
a mesma porta trancada,
o  mesmo  laço dado
e cadê ela?

Meu corpo estende-se da alma à boca,
corre solto ao vento a destilar tempo e venenos, quase louco,
cavucando   o que escondeu no coração.

Dar-te-ei que céu?
Quando a lua visitar-me todos os dias,
direi de ti e dos teus amores atrevidos,
dos que ficaram e dos outros tão sumidos,
até que um novo tempo entre nós dois nos devolva a vida.

Paulino Vergetti
(publicado no site Usina de Letras)

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